A Ucrânia atacou Moscou na quarta-feira, 21 de agosto, com pelo menos 11 drones abatidos pelas defesas aéreas, no que autoridades russas disseram ter sido um dos maiores ataques de drones na capital desde que a guerra na Ucrânia começou em fevereiro de 2022.
A guerra, em grande parte uma batalha de artilharia e drones nos campos, florestas e vilas do leste da Ucrânia, intensificou-se em 6 de agosto, quando a Ucrânia enviou milhares de soldados para a região de Kursk, no oeste da Rússia.
Durante meses, a Ucrânia também travou uma guerra de drones cada vez mais destrutiva contra as refinarias e campos de aviação do segundo maior exportador de petróleo do mundo, embora grandes ataques de drones na região de Moscou, com uma população de mais de 21 milhões, sejam mais raros.
O Ministério da Defesa da Rússia disse que destruiu um total de 45 drones sobre território russo, incluindo 11 sobre a região de Moscou, 23 sobre a região fronteiriça de Bryansk, seis sobre a região de Belgorod, três sobre a região de Kaluga e dois sobre a região de Kursk.
Alguns dos drones foram destruídos sobre a cidade de Podolsk, disse o prefeito de Moscou, Sergei Sobyanin. A cidade na região de Moscou fica a cerca de 38 km (24 milhas) ao sul do Kremlin.
No longer just foreign atrocity theater to pacify the masses, Putin’s war has reached Moscow.
"One of the largest attempts to attack Moscow with drones ever" – Mayor of Moscow pic.twitter.com/IW8WkztOOY
— KyivPost (@KyivPost) August 21, 2024
“Esta é uma das maiores tentativas de atacar Moscou usando drones”, disse Sobyanin no aplicativo de mensagens Telegram nas primeiras horas de quarta-feira. “A defesa em camadas de Moscou que foi criada tornou possível repelir com sucesso todos os ataques dos UAVs inimigos.”
O ataque ocorre no momento em que a Rússia avança no leste da Ucrânia, onde controla cerca de 18% do território, e luta para repelir a incursão ucraniana na região de Kursk, o maior ataque estrangeiro em território russo desde a Segunda Guerra Mundial.
A mídia russa mostrou imagens não verificadas de drones voando sobre o céu ao amanhecer na região de Moscou e sendo abatidos em uma bola de fogo pelas defesas aéreas. Os aeroportos de Moscou, Vnukovo, Domodedovo e Zhukovsky, limitaram os voos por quatro horas, mas retomaram as operações normais às 03h30 GMT, informou o órgão regulador da aviação da Rússia.
Sobyanin disse que, de acordo com informações preliminares, não houve feridos ou danos relatados após os ataques. Também não houve vítimas ou danos relatados após o ataque a Bryansk, no sudoeste da Rússia, escreveu o governador da região, Alexander Bogomaz, no Telegram.
A agência de notícias estatal russa RIA informou que dois drones foram destruídos sobre a região de Tula, que faz fronteira com a região de Moscou ao norte. Vasily Golubev, governador da região de Rostov, no sudoeste da Rússia, disse que as forças de defesa aérea destruíram um míssil lançado pela Ucrânia sobre a região, sem feridos relatados.
O ministério da defesa da Rússia não mencionou nem Tula nem Rostov em sua declaração listando armas aéreas ucranianas destruídas. O exército ucraniano disse na quarta-feira que atingiu durante a noite um sistema de mísseis antiaéreos S-300 baseado na região de Rostov.
A Reuters não conseguiu verificar os relatórios de forma independente. O ataque de drones em Moscou está no mesmo nível do ataque de maio de 2023, quando pelo menos oito drones foram destruídos sobre a capital, em um ataque que o presidente Vladimir Putin disse ser uma tentativa de Kiev de assustar e provocar a Rússia.
Em Kursk, blogueiros de guerra russos disseram que batalhas intensas estavam acontecendo ao longo da frente na região onde a Ucrânia conquistou pelo menos 450 km² (175 milhas quadradas) de território russo.
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