
A Rússia entregou sua primeira de quatro baterias S-400 para a Turquia, membro da OTAN, em julho de 2019, como parte de um acordo de US$2,5 bilhões.
Em resposta, os Estados Unidos expulsaram a Turquia de seu programa de caça a jato F-35 e atingiram a agência de compras militar da Turquia com um congelamento de ativos e restrições de visto, além de bani-la das licenças de exportação dos EUA.
“Enviamos muitos técnicos [para a Rússia] para treinamento. Os especialistas militares russos não ficarão na Turquia”, disse o ministro das Relações Exteriores turco, Mevlut Çavusoglu, em comentários na televisão estatal na segunda-feira, segundo a Bloomberg.
“Os S-400s estarão sob nosso controle 100%”, reiterou Çavusoglu. “Não é possível aceitar chamadas de outro país para‘ não usá-las ’.”
Os EUA há muito argumentam que a compra do sistema S-400 pela Turquia ameaça as defesas da aliança da OTAN ao expor potencialmente informações sobre as capacidades militares ocidentais, incluindo o fabricante de F-35 Lockheed Martin. A Turquia rejeitou essas preocupações e insistiu que estava cumprindo seus compromissos com a OTAN.
O Serviço Federal de Cooperação Técnica Militar da Rússia, que supervisiona as vendas de armas no exterior, negou na quinta-feira que a Turquia enviará de volta os especialistas russos em S-400.
“O retorno de especialistas técnicos russos que estão na Turquia com um contrato S-400 será realizado de acordo com o cronograma aprovado”, disse a porta-voz do FSVTS Valeria Reshetnikova à agência de notícias estatal RIA Novosti.
O Kremlin confirmou os comentários de Reshetnikova em um briefing diário na quinta-feira.
Na semana passada, a vice-secretária de Estado dos EUA Wendy Sherman disse que Washington ofereceu à Tarquia “alternativas” não identificadas para suspender as sanções contra os S-400.
“A Turquia está bem ciente das medidas que precisa tomar”, Sherman foi citado como tendo dito em uma entrevista à CNN Türk.
Os comentários de Çavusoglu são vistos como prontidão para se comprometer em partes das preocupações dos EUA sobre o sistema de mísseis russo antes da reunião do presidente turco Recep Tayyip Erdogan com o presidente dos EUA Joe Biden na cúpula da OTAN em 14 de junho em Bruxelas.
Biden deve se encontrar com o presidente russo, Vladimir Putin, em Genebra, dois dias depois, em uma tentativa de amenizar as tensões entre Washington e Moscou, que atingiram seu ponto máximo pós Guerra Fria.
-The Moscow Times, via Redação Área Militar