Após uma ameaça direta de Moscou de bombardear o Tribunal Penal Internacional em Haia, seu órgão de supervisão administrativa publicou um Comunicado de imprensa em que conseguiu evitar o uso das palavras “Putin”, “Rússia”, “Moscou” ou “Kremlin”. Além disso, chama a guerra total da Rússia contra a Ucrânia apenas uma “situação”.
“A Presidência da Assembleia dos Estados Partes do Estatuto de Roma refere-se às ameaças contra o Tribunal Penal Internacional, bem como às medidas anunciadas contra o seu Procurador e Juízes envolvidos na emissão de mandados de detenção na situação da Ucrânia. A Presidência da Assembleia lamenta essas tentativas de impedir os esforços internacionais para garantir a responsabilização por atos proibidos pelo direito internacional geral”, diz o comunicado de imprensa.
Ao contrário da Presidência, o vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, foi bastante direto ao reagir à emissão de um mandado de prisão pelo TPI para seu chefe no conselho, o presidente russo Vladimir Putin.
“Infelizmente, senhores, todos caminham sob Deus e mísseis”, escreveu Medvedev em seu canal no Telegram, dirigindo-se aos juízes do TPI, na segunda-feira. “É bem possível imaginar uma aplicação pontual de um porta-aviões hipersônico de um navio russo no Mar do Norte no prédio do tribunal de Haia. Infelizmente, não pode ser abatido. E o tribunal é apenas uma organização internacional miserável, não a população de um país da OTAN. Portanto, eles não vão começar uma guerra. Eles terão medo. E ninguém vai se arrepender. Portanto, Meritíssimos, fiquem de olho no céu…”, postou Medvedev em seu canal no Telegram.
