O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia emitiu um aviso severo à Bielorrússia sobre supostas ações hostis e acúmulo militar perto da fronteira ucraniana.
Em um comunicado divulgado neste domingo, 25 de agosto, o ministério pediu à Bielorrússia que retirasse suas tropas da área de fronteira a uma distância que exceda o alcance de seus sistemas de armas disponíveis.
Anteriormente, Kiev havia alertado o governo bielorrusso contra a tentativa de invadir a Ucrânia durante as várias implantações e exercícios de fronteira de Minsk, já que a Bielorrússia parecia estar simulando intenções agressivas de atrair mais forças ucranianas para a fronteira, para beneficiar a Rússia em outros lugares.
Ainda não está claro o quão séria é a situação desta vez. Atualmente, a Bielorrússia é o estado cliente de fato da Rússia.
Referindo-se às agências de inteligência ucranianas, o Ministério diz que as Forças Armadas da Bielorrússia estão concentrando um número significativo de pessoal, incluindo Forças de Operações Especiais, bem como armas e equipamentos militares no Oblast de Homyel, perto das fronteiras do norte da Ucrânia, “sob o pretexto de exercícios”.
A inteligência militar supostamente inclui tanques, artilharia, vários sistemas de lançadores de foguetes, sistemas de defesa aérea e equipamentos de engenharia. A presença dos antigos mercenários Wagner PMC da Rússia também foi registrada.
A região de Homyel ou Gomel faz fronteira com o Oblast de Bryansk, na Rússia, e os oblasts de Chernihiv e Kiev, na Ucrânia.
No início da invasão em grande escala em fevereiro de 2022, a Rússia usou o Oblast de Homyel da Bielorrússia como local de preparação para suas ofensivas mal sucedidas contra Kiev e Chernihiv, lançando mísseis da região e utilizando aeródromos bielorrussos na área.
O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia expressou preocupação de que a realização de exercícios militares na zona de fronteira e nas proximidades da Usina Nuclear de Chernobyl represente ameaças tanto à segurança nacional quanto à segurança global da Ucrânia.
“Apelamos aos funcionários da República da Bielorrússia para que não cometam erros trágicos para seu próprio país sob pressão de Moscou”, diz o comunicado, instando as forças armadas bielorrussas a “cessar ações hostis e retirar tropas da fronteira estadual da Ucrânia” a uma distância que exceda a faixa de destruição dos sistemas de fogo disponíveis na Bielorrússia.
O ministério enfatizou que a Ucrânia nunca tomou e não pretende tomar nenhuma ação hostil contra o povo bielorrusso. No entanto, advertiu que, “no caso de uma violação da fronteira estatal da Ucrânia pela Bielorrússia, nosso estado tomará todas as medidas necessárias para exercer o direito à autodefesa garantido pela Carta da ONU. Ao mesmo tempo, todas as concentrações de tropas, instalações militares e rotas de abastecimento no território da Bielorrússia serão alvos legítimos para as Forças Armadas da Ucrânia”.
Vários dias atrás, Lukashenko disse que transferiu quase um terço de seu exército para a fronteira com a Ucrânia. Enquanto isso, as autoridades bielorrussas confirmaram seu aumento significativo na presença militar ao longo da fronteira bielorrussa com a Ucrânia, com a implantação de aeronaves adicionais, tropas de defesa aérea e mísseis antiaéreos.
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