Ucrânia inicia ataques contra russos no Leste Europeu, mas acusa Rússia de ataque de Falsa Bandeira

Há milhares de tropas e blindados russos espalhados pela região , mas quem iniciou o ataque foi a Ucrânia contra civis e paramilitares na área de Donbass, mas a nação nega e culpa a Rússia de Falsa Bandeira.

A situação das tensões no Leste Europeu parece estar caminhando para o descontrole iminente de um terrível conflito intercontinental.

Ontem, 17 de fevereiro, o canal Área Militar havia analisado o anúncio de Vladimir Putin de que estava retirando parte das tropas e batalhões de seus Exércitos nos arredores da fronteira oeste com a vizinha Ucrânia, tal ação estava longe de representar o fim das tensões regionais.

Dias atrás, os Estados Unidos e seus aliados deram o alarme de que a Rússia poderia invadir a qualquer momento, com vários países ordenando que os cidadãos saíssem e evacuassem suas embaixadas em Kiev.

O medo tomou forma, inclusive o presidente ucraniano Zelensky solicitou, em tom tranquilo, que as nações ocidentais mostrassem as informações de inteligência sobre a suposta invasão russa que eles estão prevendo.

De fato, um ataque se concretizou, mas pasmem, do lado ucraniano. Representantes da autoproclamada República Popular de Luhansk (PLR) acusaram as tropas ucranianas de terem cometido pelo menos quatro violações do cessar-fogo na manhã de ontem, quebrando o os Acordos de Minsk feitos em fevereiro de 2015, preveem um cessar-fogo entre as autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Luhansk.

O presidente russo já havia enfatizado que os acordos de Minsk representavam a única solução possível para a questão, mas Kiev insiste em não cumprir.

Geralmente o Exército ucraniano utiliza drones Bayraktar TB2 fabricados na Turquia para bombardear posições avessas na região de Donbass, apesar dos eventos passados com estes dispositivos, no atual ataque que retardou de vez as últimas conversações de desescalada das tensões no Leste Europeu, não houve relatos do uso dos drones.

Somadas as já solicitações diretamente na OTAN, a Rússia intensificou suas exigências de segurança nessa quinta-feira, com as pré-condições para diminuir a crise significariam interromper o fornecimento de armas e remover as armas que já haviam sido entregues à vizinha.

As intensificações vieram em uma resposta por escrito ao embaixador dos EUA em Moscou, acusando Washington de não responder de forma construtiva às demandas apresentadas em dezembro do ano passado, incluindo a suspensão da expansão da Otan para o leste, e em meio ao último ataque comandado pelos ucranianos.

A Rússia já definiu o então vice-embaixador americano Bartle Gorman como persona non-ingrata e exigiu sua retirada imediata de Moscou, e mandou os EUA remover todas as suas forças da Europa Oriental e Central.

Tal medida de retirada provavelmente está fora de cogitação pelo ocidente, ocorre que toda a Europa possui mais de 64.000 soldados norte-americanos, parte está muito próximo de solo russo, infligindo estabilidade na influência russa que Putin trabalha em manter, não há como mudar a instalação de centenas de milhares de civis e militares americanos sem garantias sólidas de paz iminente e sem estabelecimento total de segurança e defesa própria das nações aliadas dos EUA, Reino Unido e França, seria muito irreal, e Putin sabe disso.

O jogo do russo é pressionar ao máximo com reivindicações extras e torcer para a barganha ganhar.

Em meio à volta das tensões após bombardeio da vizinha em Donbass, e anúncio da retirada das tropas por parte de Putin, a Administração Biden voltou a questionar essa última decisão, e afirmou que houve envio de mais 7 mil russos em direção à Ucrânia, somando assim mais de 150 mil soldados.

Isso coloca a vice-presidente Kamala Harris no centro dos esforços diplomáticos para evitar conflitos quando ela se encontra com líderes mundiais na Europa. Kamala partiu para a Conferência de Munique para ser o centro das atenções na Europa enquanto a artilharia mandava fogo na Ucrânia.

Um alto funcionário do governo disse que Harris se reunirá com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky neste fim de semana, e espera-se que defina as sanções econômicas que estão preparadas caso haja invasão russa e outros caminhos diplomáticos para a desescalada.

Os fogos de artilharia ucraniana atingiram civis russos e pró-russos, e a OTAN alertou que Putin está tentando encenar um pretexto para a invasão.

Segundo ao levantado pelo Área Militar, uma creche infantil na vila de Stanytsia Luhanska foi atingida primeiro por volta das 9h local, dois civis ficaram feridos e metade do assentamento ficou sem eletricidade.

Cerca de uma hora depois, mais bombardeios aconteceram em Popasna, cerca de 80 quilômetros de Luhanska, uma escola e duas casas próximas foram atingidas.

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, deu uma versão diferente, disse que os pró-russia quem bombardearam o prédio que está localizado perto da linha de frente do lado de Kiev, soando como ataque de Falsa Bandeira.

É difícil chegar a um consenso dos responsáveis pelos ataques, seria interessante a participação de inspetores internacionais para elucidar a situação e definir os atores, porém sem chance.

Para vocês, inscritos, acreditam em Falsa Bandeira? Deixem suas análises no comentário que irei ler cada uma.

Ataque de falsa bandeira não pode ser descartado, bem como ataques por parte dos ucranianos.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, oficializou a acusação contra a vizinha, solicitou que Kiev dê um passo para trás, e alertou Washington e a OTAN a usarem suas influências para conter Volodomyr.

Enquanto isso surgiu relatos de possível coluna de fumaça densa subindo da embaixada russa em Kiev, levantando temores de que documentos confidenciais estejam sendo queimados antes que os diplomatas evacuem, uma ação muito comum entre diplomatas e agentes sensíveis do governo.

Em outros lugares, imagens de satélite mostraram que uma nova ponte flutuante foi construída a centenas de quilômetros de distância, atravessando o rio Pripyat, na Bielorrússia, perto de Chernobyl e cerca de 130 quilômetros ao norte de Kiev, isso representa a primeira evidência de real rota de invasão por parte da força russa, porém não há qualquer tropa ou acúmulo de veículos, apenas marcas de exercícios de treinamento passado.

Geralmente a Rússia utiliza veículos MTU-2020, MTU-90 e os mais bem conceituados e práticos MMK 8×8 para a construção rápida de pontes móveis sobre rios e lagos.

De fato, a gravidade neste momento está no suposto ataque de origem ucraniana contra paramilitares e civis posicionados em Donbass, isso porque o parlamento russo da Duma aprovou uma resolução no início desta semana pedindo a Putin que reconheça oficialmente as regiões de Donetsk e Luhansk como independentes e tome medidas para ajudá-los a se defender, seria como um tratado de defesa mútua.

As peças estão se movendo, a todo o momento as agências de inteligência americana e de aliadas trabalham na coleta de informações para interpretar a estratégia de Putin e se antecipar ao conflito.

Há milhares de tropas e blindados russos espalhados pela região sul da Bielo que faz fronteira norte com toda a Ucrânia, existindo ainda unidades até o centro da nação.

Já na região da Moldava, da península ao sul, e extremo norte na divisa com Bielo e Ucrânia, o número de forças militares ultrapassa 12 mil tropas.

Como cada comando militar estabelece seu quantitativo específico de soldados por tropa, há possibilidade que a Rússia trabalhe entre 20 a 30 soldados por tropa, ou seja, só nessas 12 mil tropas alocadas nessas regiões supracitadas, podem haver mais de 200 mil soldados.

Já nas regiões próximas de Luhansk, Donetsk e Kharkiv que correspondem à porção leste, há mais de 24 mil tropas, mas o quantitativo de soldados ainda é desconhecido. Se somados o número da força russa por toda a região, a Rússia já possui Exércitos sólidos prontos para a tão TEMIDA INVASÃO.

O Área Militar retornará com mais informações sobre a situação no Leste quando as coisas saírem realmente do controle ou a paz definitivamente seja estabelecida, pois as manobras de ambos os lados ocorrem a todo momento.

A tarefa deste canal é dar possibilidades aos inscritos conhecerem os atores, o que está por trás das tensões, os interesses, e os Estados emparelhados e que serão beneficiados com o conflito, cabe a cada um aprofundar seus conhecimentos para obter uma interpretação dos fatos.

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Felipe Moretti
Felipe Moretti
Jornalista com foco em geopolítica e defesa sob registro 0093799/SP na Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia. Especialista em análises via media-streaming há mais de 6 anos, no qual é fundador e administrador do canal e site analítico Área Militar. Possui capacidade técnica para a colaboração e análises em assuntos que envolvam os meios de preservação e manutenção da vida humana, em cenários de paz ou conflito.
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