O presidente chinês, Xi Jinping, pode se aprofundar mais do que antes na diplomacia ucraniana já na próxima semana, realizando sua primeira viagem à Rússia e suas primeiras conversas com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, desde a invasão de Moscou.
Várias fontes familiarizadas com os planos disseram à Reuters que Xi poderia visitar Moscou na próxima semana, uma viagem antes do esperado em resposta a um convite de longa data do presidente Vladimir Putin.
Seus planos de também realizar uma videoconferência com Zelensky foram relatados pelo Wall Street Journal, citando fontes, que a Reuters não pôde confirmar imediatamente de forma independente.
O Ministério das Relações Exteriores da China não respondeu imediatamente aos pedidos de comentários. O Kremlin disse que ainda não tinha nada a anunciar. O gabinete do presidente da Ucrânia não respondeu imediatamente.
As fontes que disseram à Reuters sobre o plano de Xi visitar Moscou não quiseram ser identificadas devido à sensibilidade do assunto. “Como regra, os anúncios de visitas estrangeiras oficiais são coordenados de forma sincronizada por acordo mútuo das partes”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a repórteres. “Quando houver tal prontidão, nós o informaremos.”
Uma visita de Xi à Rússia seria um grande evento para Putin, que retrata a guerra na Ucrânia como um conflito com o poderio combinado do Ocidente e frequentemente fala de seus planos de receber Xi nos próximos meses. A Rússia depende da China para comprar petróleo e gás que não pode mais vender na Europa.
Mas se a visita de Xi coincidir com uma reunião por vídeo com Zelensky, isso pode ser recebido por otimistas como um golpe ainda maior para os ucranianos, que querem que Pequim permaneça neutra em vez de firmar seu apoio a Moscou. Zelensky convocou Xi para falar com ele.
Entretanto, a presença de Xi Jinping em Moscou e ao mesmo tempo a demostração de diálogo com Zelensky pode abrir espaço para negociações mais resolutivas entre as partes da Guerra, esforço que Joe Biden não tem feito desde o início.
A China se recusou a atribuir a culpa pela guerra, ao mesmo tempo em que se opõe às sanções ocidentais contra a Rússia. Ele revelou uma proposta em fevereiro para um plano de paz, recebido com ceticismo no Ocidente, mas elogiado em Moscou e recebido com cautela por Zelensky.
Os Estados Unidos têm dito repetidamente desde o mês passado que acreditam que a China está considerando armar a Rússia, o que Pequim nega. Zelensky disse que isso seria um convite à Terceira Guerra Mundial, mas também que ele acreditava que Pequim estava ciente de tais riscos, sugerindo que duvidava que fosse provável.
China e Rússia firmaram uma parceria “sem limites” em fevereiro de 2022, semanas antes de a Rússia invadir a Ucrânia, e os dois lados reafirmaram repetidamente a força de seus laços em público. O principal diplomata da China visitou Moscou em fevereiro, durante a semana do primeiro aniversário da guerra, quando o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, viajou para Kiev.
