Curiosidades – o levante popular brasileiro – PS

O site PS trouxe mais uma importante matéria sob direção da jornalista Paula Santinati. Acesse: https://psantinati.wordpress.com/

A Revolta da Cachaça foi um dos principais movimentos de insatisfação popular durante o Brasil Colônia.

Ele aconteceu na cidade do Rio de Janeiro em 1660 e foi um marco importante da resistência do povo contra os altos impostos e a repressão imposta pela Coroa portuguesa sobre um dos produtos mais consumidos da cultura brasileira: a cachaça.

O Rio de Janeiro no Brasil Colônia

No século XVII, o Rio de Janeiro era um importante polo econômico no Brasil Colônia.

Naquela época, a cachaça havia se tornado um dos produtos mais consumidos e comercializados pelos colonos. Além de ser popular na colônia, a cachaça começou a ganhar espaço no comércio internacional, especialmente nas trocas comerciais com a África, onde era utilizada para a compra de escravizados.

Com o crescente consumo e importância econômica da cachaça, a Coroa portuguesa viu uma oportunidade de aumentar sua arrecadação com impostos.

No entanto, as elites açucareiras, ligadas à produção de açúcar e ao comércio do vinho português, viam a cachaça como uma concorrente direta. Com o apoio dessas elites, a Coroa portuguesa impôs uma série de restrições à produção e venda da cachaça, incluindo a proibição de sua comercialização no Brasil, com o intuito de proteger os interesses da metrópole.

Qual era o objetivo da Revolta da Cachaça?

O principal objetivo da Revolta da Cachaça era derrubar as medidas impostas pela Coroa portuguesa que proibiam a produção e comercialização de cachaça.

Os produtores e comerciantes locais buscavam a liberdade para produzir, vender e consumir o produto, sem as pesadas restrições que os prejudicavam economicamente. Ou seja, a revolta foi motivada por um desejo de autonomia econômica e pelo descontentamento com a intervenção abusiva da Coroa nos negócios locais.

Além disso, a revolta tinha um caráter de resistência contra os altos impostos que recaíam sobre os produtos. Para os produtores de cachaça, a repressão representava não apenas uma questão de negócios, mas também uma afronta à sua subsistência e à liberdade econômica da colônia.

Como aconteceu a Revolta da Cachaça?

A Revolta começou no dia 9 de novembro de 1660, no Rio de Janeiro, após um longo período de insatisfação.

A revolta foi liderada por produtores de cachaça, pequenos comerciantes e outros setores da sociedade que dependiam da economia local para sobreviver. Os revoltosos, indignados com as medidas repressivas, tomaram as ruas do Rio de Janeiro e invadiram prédios públicos, exigindo a revogação das ordens da Coroa que restringiam a cachaça.

Durante o levante, houve um confronto direto com as autoridades coloniais, que estavam em desvantagem numérica em relação à população revoltada.

Os revoltosos chegaram a ocupar o Palácio do Governador, expulsando as autoridades locais e, por um breve período, assumiram o controle da cidade.

Nesse tempo, os insurgentes tentaram organizar um novo governo local que fosse mais justo e representasse os interesses dos produtores de cachaça e comerciantes.

Quem foram os líderes da Revolta?

Ela foi liderada principalmente por pequenos comerciantes e produtores de cachaça, que estavam diretamente prejudicados pelas políticas da Coroa. Entre os líderes do movimento, o nome de Jerônimo Barbalho Bezerra se destaca, que foi um dos principais articuladores da insurreição.

Barbalho Bezerra, que era um proprietário influente na colônia, organizou os revoltosos e incentivou a ocupação dos prédios públicos. Ele e outros líderes do movimento buscavam não apenas a revogação das medidas impostas pela Coroa, mas também a criação de um ambiente mais favorável ao comércio local e à autonomia econômica da colônia.

Como a Coroa lidou com a situação?

O governo colonial foi surpreendido pela intensidade da revolta e pela tomada temporária do controle da cidade pelos insurgentes. No entanto, após a ocupação do Palácio do Governador e a expulsão das autoridades, a Coroa portuguesa reagiu com força.

O governador do Rio de Janeiro, Salvador Correia de Sá e Benevides, havia sido destituído durante o levante, mas conseguiu retomar o poder após reorganizar as tropas coloniais.

A Coroa portuguesa enviou tropas para o Rio de Janeiro a fim de reprimir o levante e restabelecer a ordem.

Após semanas de confrontos, as forças coloniais conseguiram sufocar a insurreição. Os líderes da revolta, incluindo Jerônimo, foram presos, e muitos revoltosos foram executados ou deportados para Portugal.

A repressão foi severa, e a Coroa fez questão de impor punições exemplares para evitar novos levantes.

Em 1695, a proibição foi finalmente revogada, permitindo que a produção e comercialização de cachaça se expandisse e se tornou um dos principais produtos econômicos da colônia.


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