A Ucrânia estava plenamente no seu direito de lançar a sua ofensiva surpresa na região fronteiriça russa de Kursk como um acto de autodefesa, disse o chefe da NATO, Jens Stoltenberg, ao jornal alemão Die Welt.
A ofensiva lançada em 6 de agosto pegou o Kremlin desprevenido, com Kiev alegando ter capturado dezenas de assentamentos e mais de 1.200 quilômetros quadrados (quase 500 milhas quadradas) de território.
“A Ucrânia tem o direito de se defender. E de acordo com o direito internacional, esse direito não termina na fronteira”, disse Stoltenberg numa entrevista ao Die Welt publicada no sábado.
“Os soldados, tanques e bases russos lá [Kursk] são alvos legítimos sob o direito internacional.”
A ofensiva também surpreendeu os aliados de Kiev, com Stoltenberg a dizer que a Ucrânia “não previu o seu planeamento” com a NATO e que a aliança militar ocidental “não desempenhou nenhum papel”.
Stoltenberg também saudou o compromisso da Alemanha de continuar a ser o maior doador militar europeu da Ucrânia e o segundo maior a nível mundial, enquanto Berlim prepara cortes na sua ajuda a Kiev no orçamento do próximo ano.
O governo do chanceler Olaf Scholz foi duramente criticado pela decisão na semana passada. Ele diz que a Alemanha continuará a fornecer aos militares ucranianos, desarmados e em número menor, o equipamento de que necessita.
A ofensiva de Kursk mudou pouco na linha da frente no leste da Ucrânia, onde a Rússia continua a reivindicar ganhos incrementais, incluindo três aldeias na sexta-feira.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reconheceu que o seu exército enfrenta uma situação “extremamente difícil” perto do centro estratégico de Pokrovsk, na região de Donetsk, com as tropas russas a aproximarem-se.
Descubra mais sobre Área Militar
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.