Curiosidades – As bruxas brasileiras – PS

O site PS trouxe mais uma importante matéria sob direção da jornalista Paula Santinati. Acesse: https://psantinati.wordpress.com/

Você já conhece as bruxas brasileiras? Antigamente, muitas mulheres eram erroneamente acusadas de bruxaria por causa de superstições, medo do desconhecido e preconceitos, sendo frequentemente alvo de acusações por comportamentos considerados fora do comum ou por simples desavenças pessoais.

Essas mulheres, muitas vezes curandeiras ou de grupos marginalizados, eram vistas como ameaças à ordem estabelecida e à religião dominante. No Brasil, esse fenômeno também aconteceu, com algumas mulheres sendo acusadas de bruxaria e sujeitas a julgamentos severos, influenciados pelo poder do Tribunal do Santo Ofício e pelas crenças populares da época.

O que foi o Tribunal do Santo Ofício?

No Brasil colonial, a questão das bruxas e das práticas consideradas heréticas foi tratada com seriedade, principalmente devido à influência do Tribunal do Santo Ofício de Portugal.

Como colônia portuguesa, o Brasil estava sujeito às normas e julgamentos do Santo Ofício, que tinha como objetivo combater a heresia, incluindo a bruxaria e mesmo que os casos de bruxaria não fossem tão frequentes quanto em outras partes do mundo, alguns processos foram registrados e resultaram em condenações severas.

Os Autos da Fé e as Bruxas no Brasil

Os chamados Autos da Fé eram cerimônias públicas realizadas pelo Santo Ofício, onde os acusados de heresia, incluindo as supostas bruxas, eram julgados e punidos.

No Brasil, algumas dessas cerimônias resultaram na condenação à morte de mulheres acusadas de bruxaria. Esses eventos, mesmo que raros, refletiram a presença e o temor da bruxaria na sociedade colonial.

As penas impostas variavam de acordo com a gravidade das acusações, mas, em casos extremos, a famosa morte na fogueira era o destino final das condenadas.

Folclore brasileiro: sangue de bruxa

No imaginário popular brasileiro, ser bruxa é algo que está no sangue, um destino com o qual a pessoa nasce.

Diferente de outras culturas, onde a bruxaria podia ser aprendida ou adquirida, no folclore brasileiro uma pessoa não se tornava bruxa por vontade própria, já que esse traço distintivo da tradição brasileira reflete uma crença profunda em poderes místicos e inatos, transmitidos de geração em geração, muitas vezes dentro da mesma família.

O mal de sete dias

Uma das crenças mais conhecidas sobre a bruxaria no Brasil colonial era o “mal de sete dias”, um malefício que, segundo a tradição, acontece com os recém-nascidos durante a primeira semana de vida, já que as bruxas poderiam lançar um feitiço sobre o bebê, causando graves enfermidades ou até mesmo a morte.

Para proteger os recém-nascidos, as famílias recorriam a rezas, amuletos e rituais, temendo o poder das bruxas. Esse medo alimentava acusações e perseguições, principalmente contra mulheres que eram vistas como diferentes ou que tinham conhecimento de práticas curativas.

A Saga de Nicácia

Um dos casos mais famosos envolvendo a bruxaria no Brasil é o da saga de Nicácia, quando uma mulher acusada de bruxaria no século XVII chamada Nicácia, uma curandeira conhecida na região onde vivia, foi alvo de desconfiança e medo por parte dos moradores locais.

Ela foi acusada de praticar feitiçaria, submetida a um longo e tortuoso processo de julgamento e embora a documentação sobre seu caso seja fragmentada, a história de Nicácia se tornou um exemplo emblemático de como a bruxaria era tratada no Brasil colonial.

Como já é de se imaginar, seu destino final, como o de muitas outras acusadas, permanece um mistério.

Casos especiais do Brasil colonial

Existem diversos casos de mulheres sendo acusadas de bruxaria no Brasil como é o caso da Maria Anunciada, uma das acusadas na cidade de Salvador, na Bahia, durante o século XVII.

Ela era conhecida por suas práticas de cura e por ter um comportamento que desviava das normas sociais da época e por isso foi julgada pelo Tribunal do Santo Ofício, assim como Ana de Souza, uma mineira que após uma série de desastres e doenças na comunidade onde vivia, as suspeitas recaíram sobre ela por causa de suas práticas de cura e de seu envolvimento com a tradição local de remédios naturais.

Ana foi julgada e condenada, exemplificando como a bruxaria era frequentemente associada a mulheres que não se encaixavam nas normas sociais.

Esses casos ilustram como as acusações de bruxaria no Brasil colonial estavam muitas vezes ligadas a práticas de cura e a comportamentos não conformistas, refletindo uma mistura de superstições, preconceitos e o controle social exercido pelo Tribunal do Santo Ofício e pela sociedade colonial.


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