Um tribunal de Moscovo ordenou que o julgamento de um cidadão norte-americano de 72 anos, acusado de lutar como mercenário pela Ucrânia, fosse realizado em segredo na quinta-feira.
O homem, identificado como Stefan Hubbard, de Michigan, compareceu ao tribunal usando um chapéu preto e jaqueta bege, andando lentamente e arrastando os pés, informou um jornalista da AFP no tribunal.
Ele pode pegar até 10 anos de prisão por lutar como mercenário ao lado da Ucrânia, informaram agências de notícias russas.
No início da audiência, os promotores solicitaram que o julgamento fosse realizado a portas fechadas – prática padrão para julgamentos de alto perfil ou politicamente sensíveis na Rússia.
A defesa não contestou o pedido, pelo que o juiz pediu aos jornalistas e aos funcionários da embaixada dos EUA que abandonassem a sala do tribunal.
Os promotores alegam que Hubbard recebeu pelo menos US$ 1.000 por mês para ingressar em uma unidade de defesa territorial ucraniana. Dizem que ele passou por treinamento, recebeu uniforme de combate e “participou do conflito armado” na Ucrânia.
Dizem que ele foi capturado em 2 de abril de 2022, semanas depois de a Rússia ter lançado a sua invasão em grande escala.
A agência de notícias estatal russa TASS disse que Hubbard mora na cidade ucraniana de Izium, na região nordeste de Kharkiv, desde 2014.
As forças russas assumiram o controlo da cidade pouco depois de ordenarem a entrada de tropas na Ucrânia, antes de serem expulsas em Setembro de 2022 numa contra-ofensiva relâmpago de Kiev.
A Rússia prendeu vários cidadãos dos EUA nos últimos anos, inclusive por alegados crimes relacionados com a guerra na Ucrânia.
Eles incluem Ksenia Karelina, uma cidadã conjunta dos EUA e da Rússia, que foi presa enquanto visitava a família na Rússia e mais tarde condenada a 12 anos de prisão por doar cerca de 50 dólares a uma organização ucraniana.
Dois cidadãos colombianos também estão detidos na Rússia sob a acusação de serem “mercenários” da Ucrânia.
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