O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, chegou a Moscou para conversar com o presidente russo, Vladimir Putin, uma rara visita à Rússia de um líder europeu desde que o país invadiu a Ucrânia há mais de dois anos.
A visita de Orbán acontece poucos dias depois de ele ter feito uma viagem semelhante, não anunciada, à Ucrânia, onde se encontrou com o presidente Volodymyr Zelenskyy e propôs que a Ucrânia considerasse concordar com um cessar-fogo imediato com a Rússia.
Orban da Hungria chega ao Kremlin e encontra-se com Putin.
Putin diz que familiarizaria Orbán com os detalhes das propostas de Moscou para um acordo pacífico na Ucrânia.
Agora como presidente do Conselho Europeu por 6 meses, Orban tenta fazer o que os líderes europeus não… pic.twitter.com/LvPxYsVXTe
— Área Militar (@areamilitarof) July 5, 2024
O encontro aconteceu na manhã desta sexta-feira, 5 de junho, pelo horário de Brasília. Putin deu as boas-vindas a Orbán que sentou em uma cadeira ao lado de Putin e assessores e conselheiros, com uma intérpetre direta.
Putin abriu a reunião dizendo: “Bem-vindo a Moscou, à Rússia. Compreendo que chegou não só como nosso parceiro de longa data, mas também como Presidente do Conselho Europeu. Espero que tenhamos a oportunidade de trocar opiniões sobre a construção de relações bilaterais e, claro, para discutir as perspectivas de desenvolvimento da crise na Ucrânia”..
O primeiro-ministro húngaro, amplamente visto como tendo as relações mais calorosas com Vladimir Putin entre todos os líderes da União Europeia, rotineiramente bloqueou, atrasou ou diluiu os esforços da UE para ajudar a Ucrânia e impor sanções a Moscou por sua guerra. Ele há muito tempo defende uma cessação das hostilidades na Ucrânia, mas sem delinear o que isso pode significar para a integridade territorial do país ou para a segurança futura.
Essa postura frustrou os aliados da Hungria na UE e na OTAN, que consideraram amplamente a invasão da Rússia como uma violação do direito internacional e uma ameaça à segurança dos países do Leste Europeu.
Em um e-mail na sexta-feira, o chefe de imprensa de Orbán, Bertalan Havasi, disse que a viagem do líder húngaro ocorre “como parte de sua missão de paz” — refletindo a imagem de um pacificador que o líder populista cultiva desde que a Rússia iniciou sua invasão em grande escala em fevereiro de 2022. O ministro das Relações Exteriores húngaro, Péter Szijjártó, também participou da viagem a Moscou.
No começo do mês, a Hungria assumiu a presidência rotativa de seis meses do Conselho da UE, um papel amplamente formal que pode ser usado para moldar a agenda política do bloco. Orbán disse que quer usar a presidência para defender o fim dos combates na Ucrânia.
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