Tripulação da Estação Espacial Internacional (ISS) entrou em estado de emergência após colapso de um satélite russo

Astronautas e cosmonautas a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS) foram instruídos se abrigarem em compartimentos de emergência em suas respectivas naves espaciais depois que a NASA detectou a ruptura de um satélite russo dentro da órbita baixa da estação.

O incidente, que ocorreu no final dessa quarta-feira (27), criou um campo de detritos que representava uma ameaça potencial para a ISS.

Por volta das 21h EDT (22H por Brasília),o Controle de Missão alertou a tripulação para o perigo. A tripulação, composta por dois cosmonautas russos, cinco astronautas da NASA e um astronauta da Agência Espacial Europeia, se refugiou na nave espacial em que chegaram.

A ISS atualmente tem três naves espaciais atracadas equipadas com sistemas de suporte de vida: o Starliner da Boeing, o Crew Dragon da SpaceX e uma nave espacial russa Soyuz.

O Starliner da Boeing, que trouxe os astronautas da NASA Butch Wilmore e Suni Williams para a ISS em 6 de junho, fazia parte do plano de abrigo de emergência. Apesar dos problemas contínuos de solução de problemas com o Starliner, a nave espacial teve o desempenho esperado durante o evento de detritos.

“O Safe Haven da Starliner funcionou excepcionalmente bem e como previsto para este caso”, disse o diretor de voo da Starliner, Ed Van Cise.

Os Comando Espacial Americano (USSPACECOM) confirmou que o extinto satélite russo, Resurs-P1, havia colapsado , gerando mais de 100 pedaços de detritos rastreáveis.

“A USSPACECOM não observou ameaças imediatas e continua a realizar avaliações de conjunção de rotina para apoiar a segurança e a sustentabilidade do domínio espacial”, afirmou o comando.

O controle da missão da NASA continuou a monitorar o caminho dos detritos e, cerca de uma hora depois, a tripulação foi liberada para retomar as atividades normais na ISS. Este incidente marca a segunda vez desde novembro de 2021 que a tripulação da ISS teve que se abrigar devido aos detritos das naves espaciais russas.

Ao contrário do incidente de 2021, que foi um teste antimíssil deliberado, esse rompimento parece não ser intencional.

O astrônomo Jonathan McDowell, que rastreia objetos no espaço, observou que o satélite russo de 12.300 libras, que cessou as operações em 2022, deveria entrar novamente na atmosfera da Terra no final deste ano. McDowell sugeriu que a Rússia provavelmente usaria um satélite tão grande quanto Resurs-P1 para outro teste antimíssil.

A ISS orbita cerca de 200 milhas (1.600 km) acima da superfície da Terra, uma área densamente povoada com satélites e milhares de pedaços de lixo espacial de antigas naves espaciais e outros objetos fabricados.

Enquanto a maioria dos detritos espaciais é puxada para trás pela gravidade da Terra e queima na atmosfera, algumas peças sobrevivem à queda. Este ano, dois pedaços de lixo espacial foram recuperados nos EUA, incluindo um que caiu na casa de um homem da Flórida.

A NASA trabalha em estreita colaboração com os militares dos EUA para monitorar a área ao redor da ISS. A estação espacial é normalmente movida se quaisquer peças rastreáveis de aproximadamente 2 polegadas de tamanho estiverem dentro de uma área de espaço em forma de “caixa de pizza” ao redor da órbita da ISS.

Esta caixa tem aproximadamente 2,5 por 30 por 30 milhas, com a ISS no centro. Se o perigo for significativo, os astronautas podem se abrigar em suas naves espaciais de retorno, como fizeram durante o incidente recente.

O satélite Resurs-P1, lançado em 25 de junho de 2013, foi usado para várias aplicações, incluindo defesa, monitoramento de emergência e agricultura. Foi desativado em dezembro de 2021 devido a uma falha no equipamento a bordo. A ruptura do satélite destaca a crescente preocupação com os detritos espaciais, com o Comando de Defesa Aeroespacial da América do Norte (NORAD) rastreando mais de 45.300 objetos espaciais.

O incidente também ressalta a importância da nave espacial Boeing Starliner, que está atualmente em uma missão de teste com dois astronautas. A Starliner está autorizada a deixar a ISS em caso de emergência. A data nominal de partida da nave espacial ainda não foi divulgada, aguardando a revisão e o teste de seus sistemas de propulsor e fornecimento de hélio.

Funcionários da NASA e da Boeing enfatizaram que missões de desenvolvimento como a Starliner muitas vezes ficam fora dos horários planejados devido a problemas inesperados.

Apesar de algumas anomalias do propulsor, a nave espacial permanece operacional e a tripulação está segura. “Eles estão todos sãos e salvos”, disse o CEO da ULA, Tory Bruno, acrescentando que não há urgência para o retorno da equipe.

O recente evento de detritos serve como um lembrete dos desafios e riscos associados à exploração espacial. À medida que o número de satélites e detritos espaciais continua crescendo, a necessidade de estratégias eficazes de monitoramento e mitigação se torna cada vez mais crítica para garantir a segurança dos astronautas e a sustentabilidade das operações espaciais.

Com informações de Flip News via Área Militar


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