Como amplamente divulgado aqui no Área Militar, em 14 de março, um drone americano MQ-9 Reaper operando no Mar Negro sofreu uma colisão de um caça Su-27 russo contra uma de suas três hélices dispostas na traseira, supostamente obrigando a equipe de comando e controle a abortar a missão de inteligência e derrubar o drone em águas internacionais.
Porém, os EUA sempre souberam que a área estava em alto risco de tensão após os desfechos de anexação da Crimeia em 2014 pela Rússia e pela Guerra da Ucrânia em curso desde 24 de fevereiro de 2022, e todo o Mar Negro foi fechado pela Turquia para qualquer embarcação de nação que não tenha porto estabelecidado na região com base no Tratado de Dardanelos.
Diante dos fatos, entramos em contato com a Divisão de Operações de Mídia em Assuntos Públicos do Comando Europeu dos EUA (USEUCOM) através de intermediação por um agente em anonimato, questionando alguns pontos do vídeo desclassificado liberado pela Organização sobre o encontro do drone americano e os caças russos.
No contato estabelecido, o Área Militar perguntou sobre os danos ao drone MQ-9 Reaper: “Em relação ao vídeo divulgado pelo USEUCOM que mostra o encontro entre Su-27s russos e um drone MQ-9 Reaper sobre o Mar Negro, o dano causado a uma das três hélices no segundo encontro do Su-27 não permitia que o dispositivo continuasse com segurança até a base aérea mais próxima na Turquia?”.
Outro quesitonamento foi: “Qual base aérea da USAF operou remotamente o dispositivo?”.
Pela natureza das informações questionadas e atualmente o trabalho de investigação do Pentágono, a Divisão de Operações se limitou na abertura de detalhes, mas esclareceu pontos específicos:
“O MQ-9 voou de um local não revelado no flanco oriental da OTAN. Não vamos discutir detalhes do local por motivos de segurança operacional. Uma vez que a hélice foi danificada, a aeronave não pôde continuar voando com segurança”.

Ao declarar que as operações partiram do flanco oriental da OTAN, algumas bases da USAF podem ser descartadas como trampolim, entre elas do Golfo Pérsico e Europa Ocidental, permanecendo áreas mais específicas na Alemanha, Romênia e na Turquia (como a base aérea de Ircilik usada a partir de 2015 como trampolim para ataques contra terroristas do ISIL na Síria).